No final do dia B. ainda estava à minha espera, apreensiva e, segundo ela, com algo muito sério para perguntar.
- [P], quanto a senhora ganha?
- Por que você quer saber isso?
- É que minha mãe quer trabalhar no seu lugar e eu gostaria de saber se a senhora ganha bem. Ela não vai usar as mesmas roupas que a senhora e nem vai chegar ouvindo música do jeito que a senhora faz e isso vai ser chato, então se não for para valer a pena eu vou dizer para ela que trabalha de graça.
- É quase isso, se formos pensar no quanto trabalho. Sua mãe fez faculdade?
- Não.
- Mas então?
- Não sei, mas ela quer trabalhar no seu lugar porque acha que é melhor do que a senhora.
- Que estranho... Ela te disse isso?
- Não, mas falou para o meu pai.
- Seu pai?
- É. Outro dia meu pai falou que a senhora é boa e minha mãe gritou com ele, dizendo que é muito melhor, com certeza.
- Ah...
- Acho que ela quer trabalhar no seu lugar, não é isso? Foi isso que eu entendi...
Voltei a acreditar na raça humana. De agora em diante deposito confiança na inocência dos inocentes. Creio também, doravante, na capacidade que um Pai-deles-que-está-na-Terra tem para levantar qualquer auto estima que esteja rastejando no fundo de um poço. Sou capaz de acreditar, inclusive, no lobo mau. O que quer comer a Chapeuzinho Vermelho, jogando-a na parede e chamando-a de lagartixa. Ah, não é assim? Enfim... ele quer comê-la, de qualquer forma.
[Porque no meu mundinho tem malícia e eu acharia tudo muito insosso sem um pouco de veneno]
- [P], quanto a senhora ganha?
- Por que você quer saber isso?
- É que minha mãe quer trabalhar no seu lugar e eu gostaria de saber se a senhora ganha bem. Ela não vai usar as mesmas roupas que a senhora e nem vai chegar ouvindo música do jeito que a senhora faz e isso vai ser chato, então se não for para valer a pena eu vou dizer para ela que trabalha de graça.
- É quase isso, se formos pensar no quanto trabalho. Sua mãe fez faculdade?
- Não.
- Mas então?
- Não sei, mas ela quer trabalhar no seu lugar porque acha que é melhor do que a senhora.
- Que estranho... Ela te disse isso?
- Não, mas falou para o meu pai.
- Seu pai?
- É. Outro dia meu pai falou que a senhora é boa e minha mãe gritou com ele, dizendo que é muito melhor, com certeza.
- Ah...
- Acho que ela quer trabalhar no seu lugar, não é isso? Foi isso que eu entendi...
Voltei a acreditar na raça humana. De agora em diante deposito confiança na inocência dos inocentes. Creio também, doravante, na capacidade que um Pai-deles-que-está-na-Terra tem para levantar qualquer auto estima que esteja rastejando no fundo de um poço. Sou capaz de acreditar, inclusive, no lobo mau. O que quer comer a Chapeuzinho Vermelho, jogando-a na parede e chamando-a de lagartixa. Ah, não é assim? Enfim... ele quer comê-la, de qualquer forma.
[Porque no meu mundinho tem malícia e eu acharia tudo muito insosso sem um pouco de veneno]