sábado, 28 de abril de 2012

[Jardim Botânico]



















[Dá para entender porque o lugar era um dos preferidos para servir de inspiração a Tom Jobim. Eu sentei num banco, tirei meu caderno de textos que nunca serão publicados da bolsa e escrevi três, de uma só vez]

sábado, 21 de abril de 2012

[Classificados]


de: Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx@gmail.com
para: P
data: 20 de abril de 2012 11:55
assunto: Plantão de dúvidas
enviado por: gmail.com





P,
Encaminhei o email da Xxxxxxxxx para Xxxxxx e Xxxxxxx, que trabalham na segunda-feira.
Estive nas turmas do 2º e 3º ano e conversei com eles, entregando o material e avisando do plantão na próxima terça.
Os alunos ficaram eufóricos quando falei no seu nome! Você é muito querida por todos eles! Estão ansiosos.
Abraços,
Xxxxxxxxx

[Troco um eu te amo falsificado por duas salas, ambas em ótimo estado, uma com trinta e seis pessoas, outra com trinta e oito, todas eufóricas, repletas de ansiedade e, acima de tudo, capazes de me olharem nos olhos e demonstrarem que, sim, existem maneiras sublimes de se mostrar o que é, de fato, gostar de alguém]




























segunda-feira, 16 de abril de 2012

[Submersa]

É isto que eu faço no meu tempo livre:


[Eu me afogo]

quinta-feira, 12 de abril de 2012

[Paz]

Eu ia escrever um monte de clichês na página em branco. Escrevi, apaguei, escrevi, apaguei, escrevi e apaguei várias vezes. O que ficou de tudo o que aconteceu nos últimos dias é esta sensação de paz. Ela está aqui, agora, enquanto escrevo estas linhas que, desta vez, não serão apagadas.

Quando alguém faz uma coisa muito, muito ruim com você, uma coisa que te deixa meio sem chão, por ser algo que até imaginava que um lixo pudesse ser capaz de fazer, mas se recusava a pensar nesta possibilidade, entende? Então. Quando isso acontece, é hora de dar uns passos para trás nas lembranças guardadas na memória. Dei meus passos para trás, voltei àquele ponto em que eu tinha a serenidade nas minhas mãos e os lençóis amassados cobrindo meu corpo. Precisei deixar que um monte de nada em forma de ser humano me ferisse para que, toda aberta e sangrando pelos cantos, conseguisse enxergar minha parcela de responsabilidade, perdoar e pedir perdão a quem, lá atrás, eu estava devendo estas coisas.

A paz, colega.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

[Justificativa]

Quero mostrar o último presente que ganhei:


Levando-se em consideração que a criatura que me deu o presente pertence ao gênero masculino, tudo indica que:

a) trata-se de uma pessoa que duvida da minha capacidade de ficar comível confortável dentro de duas peças tamanho P e que, por isso, quis fazer um teste;

b) a pessoa está com dificuldades em determinados assuntos de um concurso público e só quer me comer agradar, em troca de aulas particulares;

c) existe uma pessoa que está levando muito a sério - a julgar pela estampa do mimo - quando digo que curto sexo selvagem em lugares inusitados;

d) se tudo falhar, a pessoa dá o maior apoio para que eu mude de profissão e me torne uma stripper;

e) estou perdendo tempo pensando em possíveis causas para um presente totalmente fora de hora como este, já que é óbvio que poluo a mente masculina em questão com meu jeitinho super fofo de espanta pretendentes e, por isso, a pessoa tentou dar o seu recado abstendo-se de usar palavras com a descompensada aqui.

[Agora visualiza: abri o embrulho e, apontando para o presente, pedi um justifique, com suas palavras, olhando nos olhos da criatura - que só conseguiu balbuciar meu nome antes de se retirar, visivelmente atordoado. Justifique. Com suas palavras. Tá? Jeitinho super fofo, eu sei]