sexta-feira, 29 de junho de 2012

[R]

Das ironias da vida.

Muitas reuniões de Centro Acadêmico, um Congresso da UNE, alguns Encontros Nacionais de Estudantes, vários debates, um monte de palestras e um coração partido repetidas vezes depois, eis que descubro que tudo caminhava, enfim, para que eu retornasse a um banco de cimento de uma universidade estadual e, em meio a palavras de ordem e gritos de protesto, sem esperar por absolutamente nada e totalmente distraída, conhecesse alguém que, sinceramente, não me interessa se é o certo ou mais um errado - mas que é, no momento, o que de melhor eu conseguiria pedir para mim.

[Se eu soubesse que qualquer pessoa que não compartilhasse uns palavrões numa passeata comigo era uma furada e que devia focar na minha própria categoria eu já teria feito isso, né, Murphy?]

terça-feira, 19 de junho de 2012

[O Casamento]

Conforme acontece em todo santo ano, já começaram os preparativos para a tão aguardada festa julina do trabalho. Depois de encarnar a ladra do noivo no último evento, agarrei com espartilho e cinta liga unhas e dentes a oportunidade de organizar a coisa toda este ano, com o único propósito de nomear a minha pessoa como a noiva da festa - abolindo qualquer possilidade de haver uma amante na história, claro.

E daí que agora acumulo mais funções do que já venho acumulando ao longo deste ano? E daí que tenho que ir de loja em loja procurando os enfeites de festa junina mais sensuais bonitos que já tenham sido fabricados? E daí que perdi uma noite inteira de sono preparando uma escala que inclui desde as barracas até as músicas que vão tocar na tão fatídica ocasião? E daí que já troquei meu vestido de noiva t.r.ê.s vezes, enlouquecendo a costureira? E daí, minha gente? E daí que eu me multiplico em várias de mim tudo descompensadamente, lógico e, sem querer, pergunto no meio de uma assembleia da categoria, lotada, se já designei quem irá ficar na barraca do beijo? E daí que está faltando pertinência nas minhas colocações? E daí?

Nada mais importa, além do fato de que, naquele momento constrangedor em que os pares da quadrilha foram formados, agarrei o nome de Gostoso da Matemática como se não houvesse amanhã, colei ao lado do meu e transformei o dito cujo no meu noivo. Tudo muito simples. Bastou dizer ele é meu e pronto é o noivo ideal, vocês não acham? e ninguém se manifestou contrariamente ao matrimônio.

[Como todo mundo pode supor, estou bem. Estou bancando a noiva coerente. Estou pensando em chamá-lo para escolher as alianças tranquila. Estou planejando a nossa viagem de lua de mel para julho equilibrada. Estou super zen. Estou centrada. Estou, sim]