Chamei Cachaça para conversar inúmeras vezes. É sério, eu perdi a conta de quantas vezes batemos altos papos, travamos veementes diálogos, trocamos idéias... e nada. Cachaça sempre me ouvia quieto, nunca foi do tipo de revidar ou questionar meus modos, meus métodos, meu palavreado. Mudar, entretanto, não fazia parte dos seus planos. Como paciência tem limites - e paciência em si já é algo BEM limitado na minha pessoa -, chamei Mãe de Cachaça para conversar.
Mãe de Cachaça e eu tivemos uma conversa franca, aberta, honesta. Um tipo de conversa que não se pode ter com qualquer ser humano, se é que me entendem. A certa altura do diálogo - que, diga-se de passagem, tomou TODO o meu horário de intervalo, de modo que não sabia se assoviava, chupava cana, comia uma barra de chocolate, olhava o relógio ou plantava bananeira -, Mãe de Cachaça chegou no ponto central da razão de ser de tudo aquilo. Sabe? Da razão de Cachaça ser como é. Da razão das minhas queixas. Da razão dela ter sido chamada com toda aquela urgência pela minha fofa pessoa. A razão - não me diga que você não sabia? - de todas as catástrofes que assolam a humanidade desde que o gênero homo resolveu, assim, do nada, que ia evoluir, enfim.
- A senhora vai me desculpar, Dona [P], mas querer que meu filho se saia bem não só com a senhora, mas com os seus colegas também, quando ninguém se dispõe a dar todas as avaliações com consulta é exigir demais. Desse jeito ele e os colegas nunca vão conseguir, essa é a verdade.
Eu queria dizer que era mentira, minha senhora, que muitos não conseguiriam nem com consulta, que a vida não vem com um manual para consultarmos quando bem entendemos, que blábláblá mas, né? Após a exposição de tão torto raciocínio, guardei minha culpa - mais uma! - na bolsa e evitei a fadiga, numa boa.
[Depois eu comento, nos bastidores, que estive pessoalmente com a Dona Vodka, Mãe de Cachaça, e me chamam de venenosa...]
Mãe de Cachaça e eu tivemos uma conversa franca, aberta, honesta. Um tipo de conversa que não se pode ter com qualquer ser humano, se é que me entendem. A certa altura do diálogo - que, diga-se de passagem, tomou TODO o meu horário de intervalo, de modo que não sabia se assoviava, chupava cana, comia uma barra de chocolate, olhava o relógio ou plantava bananeira -, Mãe de Cachaça chegou no ponto central da razão de ser de tudo aquilo. Sabe? Da razão de Cachaça ser como é. Da razão das minhas queixas. Da razão dela ter sido chamada com toda aquela urgência pela minha fofa pessoa. A razão - não me diga que você não sabia? - de todas as catástrofes que assolam a humanidade desde que o gênero homo resolveu, assim, do nada, que ia evoluir, enfim.
- A senhora vai me desculpar, Dona [P], mas querer que meu filho se saia bem não só com a senhora, mas com os seus colegas também, quando ninguém se dispõe a dar todas as avaliações com consulta é exigir demais. Desse jeito ele e os colegas nunca vão conseguir, essa é a verdade.
Eu queria dizer que era mentira, minha senhora, que muitos não conseguiriam nem com consulta, que a vida não vem com um manual para consultarmos quando bem entendemos, que blábláblá mas, né? Após a exposição de tão torto raciocínio, guardei minha culpa - mais uma! - na bolsa e evitei a fadiga, numa boa.
[Depois eu comento, nos bastidores, que estive pessoalmente com a Dona Vodka, Mãe de Cachaça, e me chamam de venenosa...]