segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

[Mapa]

[Anda, aproxima o rosto do monitor até chegar naquele canto ali, vê? Olha bem no meio das minhas pernas e lambe minhas linhas antes que eu vista a calcinha. Molha seu teclado salivando entre meus parágrafos antes que eu coloque as reticências nas quais me deito só para te sentir ofegante do outro lado. Pensando bem, é melhor que feche a página onde me encontrou, me dê as costas e finja que não existo, antes que eu me vire de quatro no próximo texto e te peça para me ajudar a escrever rascunhos de amores desbotados...]

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

[Vidinha Mais Ou Menos...]

Era para ser apenas mais uma viagem ao Fim do Mundo - lugarzinho bucólico, de ritmo lento e gente que se desdobra em agrados a seres humanos, ainda que sejam seres humanos como eu -, MAS...

"Por pensar demais, eu preferi não pensar demais dessa vez..."

[ES: Anchieta-Meaípe-Guarapari-Vitória]







Por que interromper uma viagem de férias se o Espírito Santo é logo ali, não é verdade? Hospedagem numa pousada cujo café da manhã era qualquer coisa do tipo estraga-formas-e-curvas-de-qualquer-criatura. Piscinas naturais. Capital parecida com outra cidade bem familiar. Litros e mais litros de sorvete e, no dia teoricamente estipulado como o-dia-da-volta-para-casa... por que? Por que, né? A Bahia é logo ali...

[BA: Porto Seguro-Coroa Vermelha-Santa Cruz Cabrália-
Trancoso-Arraial d'Ajuda]








Dez horas de viagem. Muito justo chegar em Porto Seguro e respirar maresia enquanto seguimos o rumo mais coerente, digno e refrescante do Centro da Cidade: a Passarela do Álcool. Mas tem que experimentar o Capeta, entendeu? Não vale deixar o espírito consumista falar mais alto e desandar a comprar, comprar, comprar; apenas comprar não, ok? Capeta é quente, uma coisa de louco, vai por mim! Difícil mesmo é dividir o tempo de modo que as horas sejam suficientes para visitar t.o.d.o.s os lugares que a veia histórica saltitante da pessoa quer conhecer. Dispensamos a ajuda dos guias porque, ora bolas, eu posso faturar alguns trocados sem me prostituir, apenas explicando localização geográfica, marcos históricos, monumentos e semelhanças com outras cidades históricas, embora a idéia de vender meu corpo em troca do Capeta tenha sido deveras atraente naqueles dias.








Dispensamos o agito nas grandes barracas que tomam conta das areias de Taperapuã e adjacências, já que axé, lambaeróbica e funk são três coisas que não trabalhamos, obrigada. Na visita aos pataxós é preciso abstrair o fato de que os guias citam cobras gigantescas no rio, no meio do mato, a qualquer instante, de onde menos se espera, bem como fazer o impossível para não ceder aos seus caprichos de branca acostumada com um piso e uma geladeira e sair implorando por uma vassoura ou qualquer coisa parecida que acalme sua vontade de varrer o chão de terra. As crianças correm sorridentes, escoltadas por irmãos mais velhos. Eu me apaixonei por um indiozinho de pouco mais de um ano que se recusou a tirar fotografia. Achei digno. Por isso caí de amores. E a escola, gente? Quase mandei a galera sentar e prestar atenção em mim. Santa Cruz Cabrália respira história, assim como Coroa Vermelha e suas enormes piscinas naturais, pelas quais se pode caminhar até as pernas cansarem enquanto a maré está baixa, só para avistar a cidade do meio do mar.




































Uma balsa carrega a pessoa, mais pessoas, possantes e o que mais aparecer para ser carregado até Arraial d'Ajuda. Segundo consta, uma blogueira descompensada pode surtar na travessia de volta, quando a noite já for alta e o motor da coisa pequena que empurra a coisa grande - no caso, a balsa - demorar para pegar e algumas senhoras, num nível muito mais alto de descompensação do que o meu, começarem a invocar santos e forças celestiais. Estava achando que a balsa é uma coisa super potente, né? Altas emoções e profundas decepções ao perceber o verdadeiro mecanismo daquela coisa toda que, a qualquer momento, pode deixar muita gente, muita bolsa, muito carro e muito protetor solar à deriva. Sem terrorismo, ok? É só um toque de amiga que se viu, por alguns instantes, no meio de uma estatística qualquer, do tipo balsa afunda durante travessia Porto Seguro-Arraial d'Ajuda e deixa várias pessoas e bronzeadores desaparecidos, inclusive uma tal de [P], dona do blog Siga Aonde Vão Meus Pés.

Vale a pena tudo isso? Vale. Claro que vale. Na Praia da Pitinga, por exemplo, deve-se parar na Barraca do Rodinha e experimentar uma caipirinha para aliviar a tensão. Duas, na verdade. Quer dizer, três, tão logo o grupo que toca música de primeira, com um vocalista bastante desagradável e que canta o tempo todo de pé, resolver soltar Luz dos Olhos, em minha homenagem, evidentemente, embora não soubessem que, na verdade, eu gostaria de esquecer por uns tempos que tinha blog, entende? Para quem não prefere emoções fortes, mas sim a segurança [!] das estradas asfaltadas desse Brasil lindo e trigueiro, há uma estrada longa que leva até Trancoso. Aliás, o que é a Praia do Taípe e Trancoso, minha gente? É na Praia do Taípe que estão as falésias avermelhadas descritas na tal carta de Pero Vaz de Caminha e que deixam qualquer um embasbacado. Tamanho é meu embasbacamento que, possuída por um ímpeto destemido, resolvo voar, mas deixo a câmera nas mãos de quem entende t.u.d.o de esmaltes e absolutamente n.a.d.a de zoom. Trancoso tem praias de areias claras e água em três tons diferentes, além da melhor moqueca de peixe ao molho de camarão de todo o Universo. Tenho certeza que, num momento ocioso, alguém pensou que, assim, já que não estava fazendo nada mesmo, talvez fosse uma boa idéia criar Arraial d'Ajuda e Trancoso. Super recomendo uma ida a estas duas filiais do Paraíso, para esquecer que o sistema é mau, viver é foda, morrer é difícil, etc etc etc, de modo que, se fui branca, sóbria e tive um tal cabelo bom, um dia, de nada mais me recordo...

[Espírito Santo & Bahia/Janeiro de 2010]

sábado, 2 de janeiro de 2010

[Pausa]

Então é isso, né, pessoas? Vou ali, desfilar meu charme e minha peculiar simpatia para com os seres vivos, enquanto dou um sentido aventureiro-kamikaze-glamouroso às minhas férias.

"Talvez eu volte. Um dia eu volto [...]"