segunda-feira, 30 de julho de 2012

[Férias]

Não pode ter pressa. Nem pensar em dieta. Não dá para andar de salto. Mas dá para usar shortinho nos dias ensolarados. Não pode tirar fotografia da igreja mais rica do Brasil - aquela dos quatrocentos quilos de ouro. Não pode sentar no primeiro vagão da Maria Fumaça. Nem rir do sotaque deles. Eles também não deviam rir do meu. Não é aconselhável gritar ao fazer rapel. A água da cachoeira vai estar gelada demais. Não pode dizer que não dá vontade de ir embora. Porque serão convincentes o bastante para fazer com que a estadia se prolongue por mais um dia.


















































[Tiradentes & São João Del Rei, Minas Gerais/Julho de 2012]

segunda-feira, 16 de julho de 2012

[Babaca]

Ei, homem, vem cá. Quero falar com você.

Não com você, Homem maiúsculo, Homem de verdade, Homem que sabe fazer com que uma mulher se sinta única, Homem com pegada e, ao mesmo tempo, Homem que sabe tratar uma mulher com doçura, ainda que envolto no sal dos corpos suados. Não é com você que quero falar, Homem discreto e, por isso mesmo, instigante. Homem que sabe dizer tanto com poucas palavras, Homem que não precisa de uma verborragia escandalosa para fazer uma mulher tremer, Homem que, tenho certeza, deve ser o primeiro e o último pensamento de muitas sonhadoras por aí, também não quero falar com você.

É com você, Homem-Babaca, que quero conversar.

Especificamente com você, Homem-Babaca detentor de uma pobreza de imaginação ímpar - sim, porque só isso justifica a intrigante repetição de atitudes que você tem aqui, ali, lá e acolá. Se não consegue variar sua tática para aproximar-se de mulheres absurdamente opostas, você é um Homem-Babaca, lamento informar. Não quero acreditar que seja preguiçoso porque, sabe, Homem-Babaca, eu tenho preguiça de vez em quando e é bem diferente disso que você faz. Isso aí, de atirar para todos os lados com o mesmo punhado de munição em forma de versos soltos e rimas que nem sempre são rimas mas que rimam perfeitamente com sua intenção milimetricamente calculada em decassílabos que, quem sabe, fisgarão a Babaca da vez. Conheci três iguais a você, Homem-Babaca. Há uma proliferação de Homens-Babacas nesse mundo virtual, sabia? Vocês não são especiais. Eles não eram. Você também não é. Não se iluda, Homem-Babaca. Talvez você devesse juntar suas palavras, suas canções e suas bulas de remédios para dias ruins num livro dedicado às babacas de plantão. Ganhar dinheiro com sua babaquice, Homem-Babaca, sabe como?

[Porque uma Mulher, uma maiúscula, de verdade, que não suspire a cada linha já tantas vezes repetida... uma assim você não faz a menor ideia de como ganhar]

sexta-feira, 13 de julho de 2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

[Meu Mundo]

Vivo num mundo onde a bigamia é proibida as pessoas acreditam quando digo que, em virtude dos últimos acontecimentos, meu casamento na roça com o colega fuck me please do trabalho não passará de encenação e que, por isso, estarei rifando meu marido par, logo depois da festa. Neste mundo onde vivo, as pessoas costumam me levar muito a sério: tão logo anunciei a brincadeira, a mulherada entrou em polvorosa e, na tarde seguinte, apareceram os t.a.l.õ.e.s da suposta rifa. Tá? Aqui no meu mundo, as mulheres têm muitos pinos frouxos dentro das suas cabecinhas uma imaginação super fértil e, alegando que poderíamos fazer alguma coisa para que o nosso mundo seja um lugar cada vez mais maluco melhor para se viver, pensaram em investir o dinheiro arrecadado às custas da gostosura do colega da Matemática numa ação social que ajude ao próximo, àquele próximo tão necessitado de razão quanto elas, ou de coerência quanto eu - já que, né?, estou achando muita graça na coisa toda.

[Este é o meu mundo. Desculpa, sociedade]