quarta-feira, 31 de outubro de 2012

[Destruidora]

Daí que numa sala com dois aparelhos de ar condicionado eu me abanava com uma pasta, olhava para o teto e perguntava por que, para que, qual o intuito, como assim tanto calor quando, de repente, eis que surge a cereja do bolo:

- Sabe que hoje é dia das bruxas, né? - me pergunta L., do alto dos seus dezenove anos de pura sacanagem.

- Sei.

- E como você vai para casa?

- Estou esperando sua irmã trazer a vassoura dela aqui, para me emprestar.

- Poxa... - L., decepcionado, tadinho.

- O que?

- Eu só ia tentar te enfeitiçar, oferecendo uma carona.

[Destruindo corações desde milnovecentosealgumacoisa. Esta sou eu. Prazer, gente]

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

[Conclusão]

O Facebook é apenas um Tumblr com bate-papo. E eu sou arredia. Ou seja.

sábado, 27 de outubro de 2012

[Fatal]

- E quando você faz aniversário?
 
- Mês que vem. Sou de escorpião.
 
- Humm... rabo fatal.

Ra-bo fa-tal. 

Tá?

[Uma encarnação não basta para que eu dê conta de tudo que preciso ouvir nessa vida...]

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

[Rendida]

Ok, ok, eu me rendi:


[Não sei por quanto tempo, né? Enfim...]

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

[P]

Presente do último dia quinze:


Estou confusa. O que isto significa? 

a) (   ) Descobriram que publico textos assinados com um [P]? 

b) (   ) Virei um [P] ambulante? 

c) (   ) A dona do [P] incorporou o [P] do blog? 

d) (   ) A [P] do blog saiu do virtual e anda acenando descompensadamente para as pessoas ao seu redor? 

e) (   ) Todas as alternativas anteriores? 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

[Grisalho]

Conversávamos sobre o marido da coleguinha de trabalho. Não conhecia o sujeito e ia criando, na minha cabecinha, a imagem de um homem muito atraente, a julgar pelos adjetivos que Amiga de Blogueira utilizava para descrever o próprio: 

- [P], você tinha que ver... um gaaaaaaato, alto, simpático, um sorriso... e o olhar? [P], que olhar! Não sei como ela conseguiu um marido daquele e blábláblá.

Iniciei minha dissertação sobre como, realmente, meudeusdocéu, a coleguinha de trabalho tinha conseguido aquele marido, tão lindo em meu cérebro, que injustiça e não, não se tratava de recalque, uma vez que a coleguinha de trabalho demonstra ser a criatura mais avessa à socialização que existe na face da Terra, além de não ser exatamente o tipo de mulher que eu, inclusive, diria: mas ela é linda, embora tenha uma cara de mal comida do caralho - o que, evidentemente, fez com que eu concluísse minha dissertação alegando que o segredo dela está justamente na comida, se é que me entendem.

Amiga de Blogueira concordava com todos os meus argumentos e, quando terminei, ela disse que realmente não sabia o que o marido, um SENHOR GRISALHO LINDO, tinha visto na nossa coleguinha de trabalho.

Hã?

Oi?

Para, né?

SENHOR GRISALHO LINDO?

Não, não. O pior não foi ver a imagem do homem atraente que desenhei na minha cabecinha desmoronar tão depressa. Não foi isso. 

O pior foi ouvir Amiga de Blogueira - que me conhece há seis anos - perguntar quando é que vou deixar de lado a minha Síndrome de Peter Pan e reconhecer que, sim, os grisalhos são gatos, lindos, charmosos e maravilhosos.

- Olha, nada contra, mas enquanto eu parecer a neta deles, não vai rolar, desculpa.

Resposta óbvia, puxa vida.

[Eu avisei que não era recalque]

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

[Divino]

[Rafael Sieg, O sequestrador]

[Não só ficaria sequestrada pelo tempo que fosse necessário, como também super daria para o meu algoz]

domingo, 14 de outubro de 2012

["Pede Pra Sair"]

J. estava me atrapalhando. Em determinado momento, falei um "J., pede pra sair logo, anda" que, surpreendentemente, surtiu efeito instantâneo: ele parou de me atrapalhar.

Já em casa, no meio dos trabalhos que havia recolhido, eis o que encontro, assinado pelo próprio J.:


[J. tem dezessete, quase dezoito anos. Aham. Estou chocada]

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

[Privado]

Então fica combinado assim: é proibido me ligar de um celular cujo número é privado...

[Ainda mais se eu estiver dirigindo num trânsito caótico e sem poder atender, porque tem gente que já está indo aproveitar o feriado e, droga, olha essa gente que parece não trabalhar me atrasando a vida!]

... enquanto eu estiver esperando que determinada pessoa dê sinal de vida, de fumaça, de coerência, de maturidade, de consideração e de que possui qualquer coisa de grande valor não só no meio das pernas, mas também no cérebro e no lado esquerdo do peito.

Eis meu mais novo decreto particular: se vai me ligar, que não seja de um celular com número privado.

[Essa coisa desgraçada que me impede de retornar e matar minha curiosidade]

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

[Enfeites]


[Mandei pendurar aquelas nuvens ali, está vendo? Achei que ia combinar com a paisagem]

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

[Replay]

Quantas vezes ainda vou me referir a alguém como "a grande decepção da minha vida?"

[Pois É]

"Não estou apaixonada, mas me dói não ser correspondida." [Marina W]

É isso.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

[Tesão]

Não tinha nem meia hora que estávamos conversando, uma conversa agradável, despretensiosa, quase diria interessante a ponto de me fazer querer conversar de novo e de novo e de novo quando, de repente, ele disse um é que você me dá um tesão que, evidentemente, soterrou o m.e.u tesão pela conversa, não importando se foi alguma conjunção astral/carnal/espiritual/cerebral que conspirou para que um papo até então atraente fosse interrompido pelo tesão do moço. Soterrou.

[Agora pergunta por onde tenho andado, para encontrar um tipo assim]

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

[Trabalho De Campo]

Querido Diário, 

Comecei a reparar que naquele dia, em especial, até que ele estava bonito. Embora não seja exatamente o tipo de homem que chame minha atenção, naquela manhã ensolarada ele estava realmente bonito. E por que, não é verdade? Era só um trabalho de campo, com direito a caminhada na floresta e, céus, uma roupa confortável, um tênis e tudo bem, ele estaria pronto. Lá estava o sujeito, entretanto, tão confortável dentro da sua existência atraente demais para um trabalho de campo numa manhã ensolarada no meio da floresta que, em determinado momento, olhei para o Cristo e blasfemei "que provação, oh, pai". Em pensamento, é claro, porque não sou boba nem nada. Enquanto a coisa toda se desenrolava, pessoas tiravam fotos - nunca entendi o funcionamento do cérebro de uma pessoa que gosta de tirar fotos de si mesma, repetindo ângulos e sorrisos como se não houvesse amanhã, ou outros ângulos possíveis, uma trilha repleta de folhas caídas, por exemplo, tão merecedora de um click mas, mesmo assim, esquecida sob os pés narcisistas das pessoas que só guardam para a posteridade fotos repetidas dos seus próprios ângulos repetidos. Ai, como as pessoas me cansam. E suas fotografias. E seus ângulos. Já falei que ele estava especialmente bonito no meio das pessoas e suas fotografias? Dias depois, ao ver as fotos daquela manhã, percebi algo: em todas aquelas em que nós dois aparecíamos, lá estava ele, olhando para mim. Não eram muitas - parece que compartilhamos a mesma antipatia por câmeras fotográficas -, mas o suficiente para me deixarem pensativa. Era só um trabalho de campo, com direito a caminhada na floresta e, céus, imagine uma roupa confortável, um tênis e tudo bem, eu estava pronta. E ainda tinha o calor. E minha pressa ao sair de casa, que me fez esquecer de levar qualquer coisa que prendesse meu cabelo. Então, sabe, eu dava nós no coitado, um após o outro, numa evidente tentativa de não morrer de calor e ser o menos atraente possível aos olhos de um homem que estava bonito demais para uma manhã como outra qualquer. E ele olhava para mim. Começo a juntar as peças e, mais cedo ou mais tarde, vou concluir que sou levada a sério. Se ele só desconhecesse o fato de que, quando vamos tirar uma fotografia, devemos olhar para a câmera e não para colegas de trabalho, estaria tranquila. Eu poderia ser mais uma que ele gostaria de levar para a cama e só. Porém, se ele já me chamou para concorrer, na sua chapa, a um alto cargo no trabalho, só me resta pensar que sou levada a sério demais. E uma pessoa que me leva a sério, enquanto estou caminhando no meio do mato e pensando "hummm, fazer sexo selvagem encostada naquela árvore ali cairia bem", vamos combinar, não pode ser levada a sério, Diário.