quinta-feira, 27 de setembro de 2012

[Tenho Problemas]

- Oi, meu nome é [P].

- Ooooooooooooooooi, [P].

- Então, acontece assim: eles reparam. Cara, como eles reparam. Elas também, lógico. Elas reparam na cor da sombra ou nas camadas de rímel que estou usando; reparam no comprimento da minha saia e na combinação vestido-cor da minha pele. Um reparar vazio, no fundo. Sim, porque, vejamos: se estivessem reparando m.e.s.m.o, do fundo dos seus respectivos úteros, aprenderiam alguma coisa e não andariam de um jeito tão vulgar, não é verdade?

- Siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim, [P].

- Agora, eles, gente. O que são eles? Da última vez que escutei um comentário deles sobre uma colega de trabalho, fiquei perplexa. Eles diziam algo sobre a roupa da moça e o que a dita cuja estava parecendo na ocasião. O choque veio quando, ao abrir uma porta e dar de cara com a pessoa, constatei que sim, eles estavam completamente certos nas suas observações. Isto me qualifica como um ser humano cruel?

- Em potenciaaaaaaaaal, [P].

- Fiquei pensando que eles não só reparam como tecem considerações pertinentes sobre aquelas com as quais deveriam manter uma relação educacional - e só. Entretanto, eles ficam lá, observando e me deixando perplexa, cada vez que escuto algo e me dou conta, depois, que tinham razão. O problema é que, puxa vida, eles também reparam em mim. É uma merda, porque uma coisa é você achar que reparam, outra coisa é eles decidirem, sei lá por qual razão, que podem compartilhar comigo o que acham a meu respeito. Estou me fazendo entender? Não ou é claro que não?

- É claro que nãããããããããão, [P].

- Outro dia eles disseram que eu estava linda e, diante do meu sorriso de desdém - bem, eles entenderam como desdém, porque completaram com um e antipática - que, na verdade, era um sorriso de incredulidade, perguntaram o porquê de eu ser assim. Nem quis saber o que significava o assim, já me bastava não acreditar no que diziam sobre mim. Agora, eis minha dúvida: se, invariavelmente, o que tenho é a confirmação das opiniões que eles me dizem sobre as outras colegas, por que caralhos não consigo acreditar quando as opiniões se referem a mim? Tenho problemas?

- Váááááááááááááááários, [P].

- E alguém pode me ajudar? Alguém?

- Só Freeeeeeeeeeeeeud, [P].

- Mais um dia. Obrigada.

domingo, 23 de setembro de 2012

[Cartilha]

Então agora eu dirijo um novo carro por aí. 

A parte boa é que ele é alto, forte, grande, potente, veloz, seguro e confortável.

A parte ruim é que todo o trabalho que tive para desenvolver  uma cartilha intitulada "flerte no trânsito" - cartilha esta que serve não só a mim, mas também a um amplo círculo de mulheres detentoras de uma CNH - foi em vão. O que servia antes já não é mais aplicável, a partir do momento em que os homens ficam embasbacados quando me vêem no volante do novo carro que dirijo por aí.

A parte trabalhosa é que precisarei inserir um novo tópico na tal cartilha, com uma detalhada explicação que deixe claro que, opa, homem no volante, eu não mordo, ok? Mentira, eu mordo, mas isto é uma outra história.

[Posso até não morder, mas vou ultrapassar facilmente e a criatura nunca mais me alcançará - o que, aliás, é típico da raça masculina, em se tratando da minha pessoa]

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

["Suspiros, Flores, Perdão"]

"Mas juro, havia paixão"

 

[Esta coisa linda está me consumindo, me destruindo, acabando comigo e ainda vou me lembrar de cada nota e refrão, só sei que cê tava lá, e tudo o que aconteceu fugiu pra outro lugar eu não sei como parar]

terça-feira, 18 de setembro de 2012

[Feriado Em Imagens]

[A estrada]


[O horizonte]
[A imensidão]



[O óbvio]

[Azul piscina]

[A areia]

[O visitante]

[A lagoa]

[A vidinha mais ou menos]

[Rio das Ostras, Rio de Janeiro/Setembro de 2012]

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

[Quase Amor]

Ele espreme meus pensamentos como se tivesse minhas coxas entre as mãos. Ele arranca as palavras da minha boca como se elas fossem uma peça cheia de botões, difícil de se desfazer. Ele amassa minhas certezas como se fossem fotografias de amores que não deram certo. Ele devora meus desejos como se estivesse comendo sua sobremesa preferida, debruçado sobre meu ventre. Ele confunde minhas ideias e embaraça meus pensamentos enquanto acaricia meu cabelo e ri do meu deboche. Ele me toma às pressas, antes que eu fuja com o mapa dos meus tesouros e o deixe para trás, sozinho. Ele me invade, me preenche, me reparte e me divide em pedaços pequeninos, para que eu caiba no seu bolso, no meio das folhas do seu caderno, entre um minuto e outro dos seus dias, no lado direito da sua cama e no esquerdo do seu peito. Ele lambe minhas cicatrizes e molha minha boca com a ânsia dos inocentes. Ele quase me irrita, por desconhecer o poço sem fundo para o qual está nos levando, com a sede dos que quase me querem, sem querer.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

[Vão Central]

Há um trecho da ponte conhecido como "Vão Central". 

Deve ser uma experiência e tanto gritar sua indignação, fazer seu mimimi, alardear seu arrependimento pelas coisas vividas ou suas críticas ao que fiz, faço e deixei de fazer, aos quatro ventos que balançam as estruturas de concreto. Sim, deve ser uma experiência e tanto.

[Muito melhor do que meus ouvidos, o Vão Central, com certeza, é. Isso posso garantir]

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

[Prescrição]


[Estou me tratando. Intensivamente]

sábado, 1 de setembro de 2012

[Um Milhão De Amigos]

E então? Diz para mim como é ter um milhão de amigos e todos eles, juntos, não conseguirem provocar nenhuma das sensações que eu, sozinha, conseguia provocar em você?

[Enfiar contatos no rabo e fingir que a vida é boa é o que de melhor sabe fazer, né, baby?]