terça-feira, 28 de agosto de 2012

[Transparente]

As coisas estão bem claras.

Você perguntou a ele como foi o domingo, o que fez de interessante, como foi ficar longe da sua pessoa e de que maneira sobreviveu. Como resposta, recebeu a seguinte mensagem:

xxxxxxxxxxx@hotmail.com disse (11:13)
foi bem dificil, mas ainda estou vivo. estou sem comer e com febre, por isso, apareça logo por aqui rs
beijo, até

Mais claras do que isso, meu bem, as coisas não vão ficar porque, né?, você é a rainha das entrelinhas e parece que faz escola entre todos que passam a conviver com sua descompensada pessoa, de modo que esta é a deixa para que vocês dois corram - para lados opostos, evidentemente.

[Está gritante. Está mais do que claro. Está transparente. Se liga]

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

[Quatro]

Siga Aonde Vão Meus Pés está completando quatro anos. Não sou a mesma. Em tanto tempo, minhas pegadas passaram de inocentes a apaixonadas, de apaixonadas a iludidas, de iludidas a arrasadas, de arrasadas a fortalecidas, de fortalecidas a enganadas, de enganadas a remediadas, de remediadas a protegidas, de protegidas a seminuas, de seminuas a despedaçadas, de despedaçadas a esperançosas, de esperançosas a algo que, hoje, é despretensioso - como se meus pés estivessem tocando de leve, apenas de leve, o chão que risco com as letras da minha alma.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

[Surtada]

Trabalho com Surtada. Veja bem, não se trata de uma pessoa como eu, que surta de vez em quando - em situações absolutamente necessárias, claro -, mas de uma Surtada vinte e quatro horas por dia, sete dias da semana.

Ontem compartilhávamos o mesmo oxigênio: eu, uma amiga, um colega de trabalho - menino, tinha que ser - e Surtada.

Surtada brigava com um computador. Reclamava da internet, do seu time de futebol, das páginas em branco, de uma vagabunda que estava lhe devendo alguma coisa que não deu para entender, do pen drive que não abria, da dor no braço que lhe impedia de encher a cara da tal vagabunda de porrada, dos relatórios imaginários que precisava digitar e do cansaço de procurar as pedras que jogaria na vagabunda - assim mesmo, tudo junto e misturado, de modo que achei por bem esconder as tesouras que estavam dando mole sobre a mesa.

De repente, sem tirar os olhos do computador, Surtada perguntou ao colega - menino, repito - se ele sabia o que estava havendo com a máquina e o que ouvi foi um pergunta para a [P], foi ela quem configurou esse computador que me fez fuzilá-lo com o olhar, porque a) não tinha sido eu, lógico b) o problema não estava na máquina, mas dentro da cabecinha de Surtada e c) gosto muito de treinar fuzilamento quando preciso dividir um ambiente com espécies da raça masculina.

- Configurou igual a cara dela, né? - Surtada falou.

Configurei

igual

a

minha

cara.

Tá?

Não foi dessa vez, hein, Universo? Percebi logo que esperavam uma desenfreada reação da minha parte, que começaria com uma subida na mesa, um salto espetacular e um avanço no pescoço de Surtada, terminando com a galera tentando tirar o mesmo das minhas mãos. Percebi logo, Universo.

[É por isso que gasto dinheiro para ser eu diante de uma especialista num consultório, toda semana. Muita gente louca ao meu redor. Tenho que manter meu [des]equilíbrio em paz]

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

["Eu Finjo Ter Paciência"]

[por Charles Schulz

[Vou inaugurar um novo marcador no blog intitulado "Tão Eu" porque, né?, ando vendo muita coisa nessa vida que é bem a minha cara mesmo...]

sábado, 18 de agosto de 2012

[Test Drive]

Daí que decidi trocar de carro. Um engarrafamento tour pela cidade, algumas concessionárias e negociações depois, resolvi fazer um test drive no que mais me agradou. Expliquei que era uma voltinha de nada, coisa básica, só para ver quanto tempo levaria até atingir uns 150km/h o desempenho do possante.

O cidadão consentiu, lógico.

O cidadão consentiu e disse que, diante da impossibilidade de deixar a loja naquele momento, chamaria um outro rapaz para dar a tal volta comigo, lógico.

O cidadão consentiu, disse que chamaria outro rapaz para me atender e não teve a capacidade de explicar que se tratava de um deus eu poderia demorar o tempo que quisesse no meu test drive. Cidadão esquecido. Lógico.

Após um lapso de tempo que, no meu entender, podia durar uma eternidade, estávamos de volta à concessionária e não sei dizer em qual língua o cidadão explicava coisas como modelo, potência, opcionais e afins do carro, já que minha mente estava toda trabalhada nos cálculos para levar os olhos, a boca, os bíceps e a marcha para casa comprar o dito cujo.

Quando o cidadão quis saber se íamos fechar o negócio, imediatamente fiz a única pergunta que me cabia naquele momento.

Perguntei se o rapaz do test drive estava incluído. Lógico.

Não entendi o espanto. Não entendi o constrangimento. Muito menos entendi o despropósito do fato de me colocarem dentro de um carro com um sujeito que não me permitiu pensar em outra coisa a não ser fuck me, please e depois não fazerem de tudo para que eu efetuasse a compra.

Não estava incluído.

[Francamente, viu? Gente que não sabe sequer negociar, tsc]

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

[Esculacho]

 Referring URL
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Search Words
como esculachar um rapaiz babaca
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[Alguma coisa me diz que o fato de lidar com você já é uma forma de esculacho, colega]

terça-feira, 14 de agosto de 2012

[Das Coisas Valiosas Da Vida]

de: Xxxxx Xxxxxx xxxxxxxxxxx@terra.com.br
para: "P."
data: 14 de agosto de 2012 13:31
assunto: coisas para ler

Tá moça, eu ainda prefiro os seus, mais ácidos, contundentes, com humor sutil, mas confesso que li esse e me lembrei de você. Achei pesquisando fotos no Google. Não estou te traindo, só ando sem tempo, e o que sobra vai pro Facebook.

Beijo, moça
Xxxxx

***

[Só eu fico felizinha com pequenos gestos assim?]

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

[Das Semelhanças]

Hoje, tempos depois, eu poderia perdoar muita coisa: as noites em claro, os travesseiros molhados, as músicas abandonadas, as poças d'água, o egoísmo latente, as rimas incompletas, os sussurros presos na garganta, a covardia explícita, as perguntas que não foram feitas, o que ficou sem resposta.

Uma coisa, porém, não posso perdoar: a permissão concedida para que outro tão parecido viesse e, da mesma maneira, ocupasse o buraco aberto de qualquer jeito e deixado para trás.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

[Egoísta]

Às vezes tenho vontade de juntar todas as frases - inteiras, soltas, encaixadas, inacabadas, simples, bobas, sérias ou indecentes - que ele me deixa e escrever um texto só com elas, cheio de nós dois.

[É uma vontade que aparece só às vezes. No fundo, não quero dividir o doce com o mundo. Quero inteiro, só para mim]