segunda-feira, 22 de outubro de 2012

[Grisalho]

Conversávamos sobre o marido da coleguinha de trabalho. Não conhecia o sujeito e ia criando, na minha cabecinha, a imagem de um homem muito atraente, a julgar pelos adjetivos que Amiga de Blogueira utilizava para descrever o próprio: 

- [P], você tinha que ver... um gaaaaaaato, alto, simpático, um sorriso... e o olhar? [P], que olhar! Não sei como ela conseguiu um marido daquele e blábláblá.

Iniciei minha dissertação sobre como, realmente, meudeusdocéu, a coleguinha de trabalho tinha conseguido aquele marido, tão lindo em meu cérebro, que injustiça e não, não se tratava de recalque, uma vez que a coleguinha de trabalho demonstra ser a criatura mais avessa à socialização que existe na face da Terra, além de não ser exatamente o tipo de mulher que eu, inclusive, diria: mas ela é linda, embora tenha uma cara de mal comida do caralho - o que, evidentemente, fez com que eu concluísse minha dissertação alegando que o segredo dela está justamente na comida, se é que me entendem.

Amiga de Blogueira concordava com todos os meus argumentos e, quando terminei, ela disse que realmente não sabia o que o marido, um SENHOR GRISALHO LINDO, tinha visto na nossa coleguinha de trabalho.

Hã?

Oi?

Para, né?

SENHOR GRISALHO LINDO?

Não, não. O pior não foi ver a imagem do homem atraente que desenhei na minha cabecinha desmoronar tão depressa. Não foi isso. 

O pior foi ouvir Amiga de Blogueira - que me conhece há seis anos - perguntar quando é que vou deixar de lado a minha Síndrome de Peter Pan e reconhecer que, sim, os grisalhos são gatos, lindos, charmosos e maravilhosos.

- Olha, nada contra, mas enquanto eu parecer a neta deles, não vai rolar, desculpa.

Resposta óbvia, puxa vida.

[Eu avisei que não era recalque]