Um beijo para a comissária que me forneceu tantas balas de limão quantas foram solicitadas. Para quem preparou a programação musical que me permitiu ouvir Radiohead, Chico Buarque, Cássia Eller e Beatles, enquanto voava. Para o taxista enxuto de quase quarenta e cinco anos enxutos que me levou de modo enxuto para o hotel e que fez questão de dizer, no meio do turbilhão de palavras que saía de sua boca, a palavra enxuto mais ou menos vinte vezes. Beijos, muitos beijos, para o DJ que ressuscitou o Rap do Solitário e me fez crer que esta minha memória não tem jeito, não. Para o milagre chamado wi-fi e todos os seus benefícios. Para os doces da confeitaria de Boa Viagem, uma das responsáveis pelo desequilíbrio do meu peso.
Um abraço para a dona da loja mais badalada do Alto da Sé, que me fez gastar horrores em roupas e afins. Para a peixada pernambucana, para a fartura de macaxeira e para a bonança de álcool. Para a maluca do ônibus 910 que sentou do meu lado e contou metade da sua vida, incluindo aquela parte bacana de que conheceu alguém na internet, começaram a namorar e fim. Para o moço do buggy que caprichou no quesito emoção no passeio que incluiu Muro Alto e Maracaípe. Para a colega que apertou até minha alma no instante em que deu o primeiro nó no meu cabelo ao iniciar um tererê que me deixou meio adolescente, meio sequelada, meio perturbada, enfim.
Meus sinceros agradecimentos aos ouriços das piscinas naturais de Porto de Galinhas, que me fizeram andar tal qual uma anta paralítica, em cenas lindas de se ver. Para toda raça de turista sem noção que insistia em monopolizar o Marco Zero. Para as ruas do Recife Antigo que me deram a singela impressão de que, na verdade, eu estava era no Centro de outra cidade, tamanha semelhança. Ao vento que me impediu de tirar uma foto decente nas pontes da cidade, obrigada de todo o meu coração. Também quero agradecer à correnteza próxima ao mar aberto em Alagoas, durante o passeio para as piscinas naturais de Maragogi. Correnteza que provocou ondas e jogou a embarcação para lá e para cá freneticamente, te dedico aquele meu enjôo magnífico que durou até a manhã do dia seguinte, amiga.