segunda-feira, 19 de outubro de 2009

[Amor]

[Amor arrancou minha blusa com voracidade antes de morder meus mamilos só para me ver com os olhos revirados de desejo enquanto cravava uma faca afiada em meu peito. Amor senta-se na minha frente com o rosto apoiado nas mãos para ver melhor a minha alma escorrendo em vermelho pelo chão. Acostumado a me ver de quatro diante de si, Amor pensa que só sei engatinhar. Amor acha graça da minha agonia e se alimenta do meu desespero até se fartar, sem saber que vou revirar seu estômago daqui a alguns instantes. Amor vai engasgar. Amor vai se afogar em vômitos. Amor vai me estender a mão. Amor vai pedir socorro. Estarei ocupada. Levantando. Sacudindo a poeira dos meus sonhos. Amor não sabe, mas eu sei morrer de mentira. E sei matar o Amor. De verdade]

13 comentários:

  1. "Amor não sabe, mas eu sei morrer de mentira. E sei matar o Amor. De verdade."

    [P], você me deixou sem palavras.

    Ainda alcanço esse estágio de evolução.

    bjo!

    ResponderExcluir
  2. Intenso.

    Lembrei de um poema que o Cordel do Fogo encantado canta, chamado "Dos três mal-amados" e na verdade é do João Cabral de Melo Neto.

    Não é bom matar o amor, talvez seja bom matar um amor quando ele não faz bem como antes.

    Beijo!

    ResponderExcluir
  3. o amor acha graça do nosso sufoco.

    mas não sei como mata-lo.

    Beijos flor.

    ResponderExcluir
  4. Ótimo, muito bom!

    obrigado pela visita moça!

    Bjo

    ResponderExcluir
  5. Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada do grande amor.

    ResponderExcluir
  6. Querida, muito obrigada por suas palavras, fiz um agradecimento público para você (risos!), beijos enormes.

    ResponderExcluir
  7. Priscila, eu consigo deixar pessoas de bem sem palavras em diversas situações, mas fico supermegahipermaster tímida quando é pelo motivo que você apontou :)

    ResponderExcluir
  8. Luna, aprendi a matar o Amor de tanto vê-lo cometer o suicídio na minha frente...

    ResponderExcluir
  9. Clarice, eu fui lá! Parece que estou desfilando em tapete vermelho no teu agradecimento público [pééééssimo sinal, hein? vai que fico mal acostumada???]

    Eu também tenho a agradecer. Acho que as coisas são recíprocas entre nós. Acho, também, que você faz parte do time de santas que me suportam na alegria e na tristeza, nos gritinhos e nos palavrões, nos posts e no MSN...

    Um beijo!

    ResponderExcluir
  10. Ola!! Gostei desse blog e voltarei! Um abraço!!

    ResponderExcluir
  11. Deu medo, confesso. Dane-se o vocabulário todo, dá pra simplificar a sensação que ele me passou com uma onomatopéia, que foi "rhuar".
    Adorei tudo o que li aqui, pode ter certeza de que voltarei mais vezes!

    abraços

    ResponderExcluir
  12. Amor bandido. Amor que se consome no ferir, machucar e o faz por incapacidade absoluta de amar sem dominar. E na impossibilidade do domínio, consciente e impotente frente ao amor que resiste, jamais pensará em libertá-lo. Será meu ou de mais ninguém. Romeu e Julieta às avessas? Amor doentio, que jamais procura a comunhão, pela absoluta incapacidade de doar-se, e que só na submissão de uma parte poderá resistir. Melhor matá-lo logo.
    Lindo texto que faz pensar.
    Beijos menina

    ResponderExcluir
  13. Pensando também sabe ser profundo nos comentários...

    :)

    ResponderExcluir

[Suas Pegadas]