segunda-feira, 10 de setembro de 2012

[Quase Amor]

Ele espreme meus pensamentos como se tivesse minhas coxas entre as mãos. Ele arranca as palavras da minha boca como se elas fossem uma peça cheia de botões, difícil de se desfazer. Ele amassa minhas certezas como se fossem fotografias de amores que não deram certo. Ele devora meus desejos como se estivesse comendo sua sobremesa preferida, debruçado sobre meu ventre. Ele confunde minhas ideias e embaraça meus pensamentos enquanto acaricia meu cabelo e ri do meu deboche. Ele me toma às pressas, antes que eu fuja com o mapa dos meus tesouros e o deixe para trás, sozinho. Ele me invade, me preenche, me reparte e me divide em pedaços pequeninos, para que eu caiba no seu bolso, no meio das folhas do seu caderno, entre um minuto e outro dos seus dias, no lado direito da sua cama e no esquerdo do seu peito. Ele lambe minhas cicatrizes e molha minha boca com a ânsia dos inocentes. Ele quase me irrita, por desconhecer o poço sem fundo para o qual está nos levando, com a sede dos que quase me querem, sem querer.

5 comentários:

  1. Ola P!!



    Nossa!!

    Este post realmente é muito bom, e como eu procuro palavras ou frases que realmente valorizem o texto e os sentimentos lançados na esperança de pegar algum coração distraido, essa frase me chamou atenção: "com a sede dos que quase me querem, sem querer."



    Fez-me lembrar de um poema do Mário Quintana:



    A Laranja

    A laranja cortada ao meio,
    Úmida de amor, anseia pela outra...
    É assim, é bem assim que eu te desejo!



    Tenha uma ótima semana.



    Bjs.

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  2. simplesmente maravihoso.

    'Ele me toma às pressas, antes que eu fuja com o mapa dos meus tesouros e o deixe para trás, sozinho.'

    cada frase certeira! super me identifiquei.

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  3. E dá pra comentar novamente!

    Ele está te fazendo sorrir, cariño. Sorrio por isso. :D

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[Suas Pegadas]