sábado, 18 de agosto de 2012

[Test Drive]

Daí que decidi trocar de carro. Um engarrafamento tour pela cidade, algumas concessionárias e negociações depois, resolvi fazer um test drive no que mais me agradou. Expliquei que era uma voltinha de nada, coisa básica, só para ver quanto tempo levaria até atingir uns 150km/h o desempenho do possante.

O cidadão consentiu, lógico.

O cidadão consentiu e disse que, diante da impossibilidade de deixar a loja naquele momento, chamaria um outro rapaz para dar a tal volta comigo, lógico.

O cidadão consentiu, disse que chamaria outro rapaz para me atender e não teve a capacidade de explicar que se tratava de um deus eu poderia demorar o tempo que quisesse no meu test drive. Cidadão esquecido. Lógico.

Após um lapso de tempo que, no meu entender, podia durar uma eternidade, estávamos de volta à concessionária e não sei dizer em qual língua o cidadão explicava coisas como modelo, potência, opcionais e afins do carro, já que minha mente estava toda trabalhada nos cálculos para levar os olhos, a boca, os bíceps e a marcha para casa comprar o dito cujo.

Quando o cidadão quis saber se íamos fechar o negócio, imediatamente fiz a única pergunta que me cabia naquele momento.

Perguntei se o rapaz do test drive estava incluído. Lógico.

Não entendi o espanto. Não entendi o constrangimento. Muito menos entendi o despropósito do fato de me colocarem dentro de um carro com um sujeito que não me permitiu pensar em outra coisa a não ser fuck me, please e depois não fazerem de tudo para que eu efetuasse a compra.

Não estava incluído.

[Francamente, viu? Gente que não sabe sequer negociar, tsc]