sexta-feira, 25 de setembro de 2009

[Problemas]

Eu tenho esse problema de ser simpática quando não quero ser. De parecer gentil quando, na verdade, estou destilando veneno em porções desmedidas, beibe. Eu tenho esse problema de te deixar de pau duro quando passeio com minha língua pelos meus lábios ou quando olho na sua direção buscando, porém, alcançar a vitrine que se esconde atrás de você. Vestidos também são excitantes, sabia? Você sabe, cara, desse meu problema de triturar os palavrões para que eles saiam escorrendo como gozo, te deixando salivar. Saliva por saliva, posso lamber meu travesseiro. Ah, não me olhe desse jeito, vai. Eu também tenho esse problema de tropeçar em coraçõezinhos estrategicamente colocados no meu caminho, de chutar sem perceber - de vez em quando percebendo, é verdade - as frases gentis que me escrevem, de escapulir pelas diagonais, pela beirada da cama, pelo buraco da fechadura, mas também não é para tanto, não precisa me olhar desse jeito, porra, como se não houvesse amanhã. Tenho esse problema grave de estremecer quando suas mãos agarram minha cintura e de tentar alcançar as estrelas quando estou em cima de você. Em compensação, não sei o que fazer com o jeitoquedeusmedeu, jeito que às vezes muito me agrada e te agrada e agrada a gregos, troianos e macedônios, mas que em certos momentos me transborda e me escapa. Eu tenho esse problema de não gostar de gente e esse outro problema de atrair gente. Tenho estes e mais tantos outros problemas. A cada dia que passa descubro algo novo. Você acredita, beibe, que mandei uma pessoa pro inferno? Então, eu tenho esse problema de tentar minimizar as coisas - está certo que furacões, trovoadas e tempestades não podem ser minimizadas, mas vá lá, eu tento - e, quando penso que substituir vá se foder por vá pro inferno vai causar menos dor no coração alheio, as pessoas me surpreendem com um desolamento de dar dó. Tudo porque mandei pro inferno. Não tenho o direito de mandar alguém pro inferno, me diz? Eu tenho esse problema de ter todos os direitos do mundo porque... porque... ora, porque.... porque sim. Você discorda, beibe? Eu tenho esse problema de querer as coisas da minha maneira, de discordar de tudo e de me expor do avesso quando, na verdade, acabo cedendo aos calafrios. Porra, basta um calafrio. Tenho esse problema de ser uma serva dos calafrios ou da penugem arrepiada, mesmo quando sopro vendavais nas nossas mudanças de estação. Eu sou um problema, notou? Talvez você seja a solução, uma vez me disseram. Quem me disse? Esqueceu? Em todo o caso, no meio de tantos problemas, está vendo aquela porta ali, à esquerda? É a saída que te leva para longe desta personificação de problemas que eu sou. Mas é melhor ir sem olhar para trás. Afinal, eu também tenho esse problema de atrair problemas, você sabe.

2 comentários:

  1. Olá...
    Não poderia deixar de comentar esse texto. Maravilhoso...
    Ainda bem q tem gente q escreve as verdades sobre os sentimentos reais de uma mulher. Livre de pré-conceitos!!!!

    Bjos!!

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  2. Srta. [P]roblemas, o texto tá perfeito...juro...pode acreditar...sério mesmo! E eu encerraria assim: - E não me venha com a frase batida: "enquanto não encontro a mulher certa vou me divertindo com as erradas ". Algum problema com as erradas!!!???

    Isso porque você é ré confessa.
    E olhar e passar a língua nos lábios é pura...deixa prá lá. Você já descreveu a situação. E sim, vestidos são excitantes ao natural, ao contrário de uma calça atoladinha, que fica na dependência da bunda. Viu? Nós também adoramos vestidos.
    Lamber saliva do travesseiro tem que primeiro babar....O que te faz babar no travesseiro? Tá, eu sei, um sono pesado e um sonho com o Brad Pitt, mas tem gente que baba acordado, e não é olhando um pudim. E o que fazer com o "jeitoquedeusmedeu"? Sei lá. Se "eletedeu" você vai morrer com isso. Escorpião, lembra? "Tem uma certa intimidade que você jamais tocará, uma parte de sua mente e alma que pertence somente a ela e onde ninguém entra". Pois é...
    E agradar a gregos, troianos e macedônios? Sei lá, troca por gaúchos, cariocas e paulistas (nessa ordem, por favor).
    "Substituir vá se foder por vá pro inferno vai causar menos dor no coração alheio"...moça, é o contrário. Inferno ninguém quer. Já o outro, dependendo de como, aonde , com o que ou quem, até é bom.
    Já isso... de calafrios, sei lá, revela muito, te expõe, sabe? Dá pra saber, por exemplo, por onde chegar. Sabe assim um leve roçar de lábios na nuca, ...meio de surprersa...até eu fiquei arrepiado!!!
    E esse negócio de sair pela porta...esquece. Vicios são difíceis de largar, e vício, cê sabe, é um caminhão de problemas. 3 horas de prazer e 21 de problemas, mas e daí???
    Ah, e conheço um monte de gente que após ler seu texto, diria, entusiasmado: -É uma Deusa! Eles, os discípulos de Masoch, o conde.
    “certo grau de masoquismo é inerente à feminilidade” e, na maioria das histórias, a mulher apareçe como a figura submissa. Em todos os contos que li de Masoch, as mulheres são protagonistas. Como se sabe, muito do que ele escreveu é autobiográfico, portanto, é de se esperar que os homens também apareçam como figuras submissas. Há aí algo a observar: a diferença entre o masoquismo feminino e o masculino. É que os maus tratos típicos do masoquismo parecem ser uma preferência masculina. Daí a popularização da figura da dómina ou dominatrix". Hum...acho que entendi...................................................................

    [P], você está começando a me assustar!!
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    5 m
    beijos, beibi

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