sábado, 19 de setembro de 2009

[Apresentando]

Então a história começou assim:

Fui dar minha contribuição para o enriquecimento da moça gentil que cuida do meu cabelo bom. Cheguei de surpresa e, quando ela perguntou o que estava fazendo lá, se ia ser hidratação ou algo parecido, exclamei um que nada, hoje eu vim cortar, amiga; mete a tesoura nisso tudo e depois me mostra como ficou que, evidentemente, virou motivo de risos no recinto.

Queriam saber o que estava acontecendo comigo por que, ora bolas, desde quando virei fã de tesouras, certo? Perguntaram se era problema no trabalho; se alguém estava doente, excetuando a minha pessoa transtornada, claro; se algum cara era o responsável por aquilo; se eu tinha passado a usar drogas pesadas ou se queria mudar o visual para me prostituir com um novo corte de cabelo.

[Não, ninguém perguntou se era só uma vontade de mudar que havia aparecido do nada, não]

A moça gentil se recusou. Peguei a tesoura e disse que eu mesma ia fazer um estrago na frente dela, que seriam fios, sangue e lágrimas por tudo quanto era lugar. Ela não se moveu, mas começou a tecer argumentos contra aquela idéia agressiva da minha parte que, com certeza, me levaria ao arrependimento tão logo chegasse em casa e me olhasse no espelho outra vez.

Sua pobreza de argumentos a princípio me deixou consternada, depois aflita e, por fim, bastante irritada, a ponto de me fazer desistir de querer uma tesoura por perto e, ainda por cima - o que é bastante peculiar a esta que vos escreve -, me convencer disso utilizando meu próprio argumento. Brilhante, diga-se de passagem:

- Deixa isso pra lá, entendeu? Continue seu trabalho e faça de conta que nem me viu hoje. Não há condições mesmo de cometer uma loucura dessas! Onde é que já se viu? Como é que vão puxar meu cabelo do jeito que gostam enquanto estiverem me comendo de quatro se eu acabar com ele, não é verdade?

Pois é.

Um espetáculo de argumento, eu disse.

Salão lotado, sim.

Oi, esta sou eu.

Fim.

10 comentários:

  1. P, dava tudo para ver a cara da mulher depois do seu brilhante argumento, kkkkkkkk. bjos

    ResponderExcluir
  2. Pense num argumento bom do caramba!Mas essa sua cabeleireira tb é muito chata, se vc se arrependesse era vc ué, a gente tem q passar essas coisas uma hr na vida, faz parte!;)

    Vc falou:É por isso que escolho os momentos e, aí sim, saio falando mesmo, desmedidamente... tenho salvação?

    R: É lógico q tem, uma pessoa q tem um argumento tão bom desses pra não cortar o cabelo merece todas as atenções do mundo.;)

    ResponderExcluir
  3. Ah..Ia esquecendo, adorei o blog, voltarei aqui mais vezes.Mulher coms enso de humor é difícil de encontrar hoje em dia.:)

    ResponderExcluir
  4. Acho estranho alguém pedir um argumento nesse tipo de situação. Imagina só:

    - Eu quero cortar o cabelo.

    - Mas por quê?

    - Porque eu quero cortar o cabelo.

    - Me dê então um bom argumento.

    - Quero cortar o cabelo.

    - Isso não é um argumento.

    - Não, não é.

    - Então?

    - Quero cortar meu cabelo.

    - Mas sem nenhuma razão?

    - É.

    - Isso não tem cabimento.

    - Não tem cabimento você me pedir um argumento para eu fazer o que eu quero.

    - Mas tem que haver uma razão.

    - Claro que não.

    - Não faz sentido.

    - Então me diga, qual é a razão de você gostar mais de sorvete de limão do que sorvete de goiaba?

    - O de limão é mais gostoso.

    - E isso é um argumento?

    - Bem...

    - Foi uma pergunta retórica.

    - Pergunta o quê?

    - Esquece. Afasta essa tesoura de mim antes que eu a pegue e cometa um crime.

    De fato, não dá para gente ficar fornecendo argumentos ou razões para tudo o que a gente quer fazer. A gente simplesmente faz sem nenhuma razão para isso. Apenas por motivos, por exemplo, "estou a fim, e pronto". E só.

    Mas, mudando de assunto, você poderia cortar seu cabelo numa boa. Bastaria arranjar um daqueles acessórios que colocam na boca do cavalo para poderem puxá-lo. Acho que manteria a mesma eficácia, embora pudesse machucar um pouco a sua boca.

    ResponderExcluir
  5. Sei não, Pervertida, mas cê viu que quando o assunto esquenta um pouco, o nível dos comentários também...até seu nome. rsrsrs
    Mas vamos aos argumentos:
    Compra compulsiva, tipo assim, uma bolsa de 600,00. Viu, adorou, não raciocinou, comprou, chegou em casa e viu que não tinha nada prá combinar, desgostou. É só não usar e pagar o cartão no número de vezes necessário. Remorso e silêncio.
    Vontade louca de comer 1 kg de brigadeiro. Fora a dor de barriga e as inevitáveis espinhas, 3 ou 4 dias e acabou. Remorso e creme pra esconder as espinhas.
    Tomar um quase porre, colocar uma peruca azul, um mini vestido vermelho, sair prá rua, pegar o primeiro que aparecer, transar a noite inteira e cobrar bem.
    Na manhã seguinte, dor de cabeça, gosto estranho na boca, dor nos quadris, uma vaga lembrança e muitos reais na bolsa. Gastar tudo, com pouco remorso.
    Dar uma porrada em uma aluna(o) na primeira frase que denote alguma conotação sexual a seu respeito (pelo jeito coisa comum).
    Alma lavada, justa causa, processo, condenação, mas ré primária (acho). Processo em liberdade, e mesmo com condenação, pagamento de cestas básicas ou trabalho comunitário.
    Já cortar seu cabelo é diferente. Ninguém corta um cabelo bom assim, impunemente, sem um mínimo de planejamento, escolha cuidadosa do novo estilo, além do que isso requer um upgrade geral. Não é como trocar o esmalte, o baton e a maquiagem. Nem como fazer uma depilação total da virilha, o que só raros felizardos iriam ver. Cabelo é coisa séria, identifica, distingue e pode até apaixonar (além de causar inveja).
    E com um agravante; custa prá caramba prá crescer novamente.
    Acho que você deve tomar alguns cuidados prá que esse tipo de auto ataque a sua imagem não volte a acontecer. Peça pra alguma amiga lhe dar 2 (dois) comprimidos de Valiun quando isso ocorrer novamente. 24 horas de sono curam qualquer coisa. Comprar um par de algemas também ajuda. Nos primeiros sintomas, prenda-se a algo resistente, não esquecendo-se de jogar bem longe a chave (não tão longe que assim que passar a vontade você tenha que chamar os bombeiros ou algum chaveiro tarado, que invitávelmente iria se aproveitar da situação. Se a vontade de mudar não passar, faça como a maioria. Luzes, ou reflexos, ou até mude a cor. Nada que não possa ser desfeito depois. E por favor, pare de ser tão...tão...impulsiva. No fazer, porque frases prá chocar são sua especialidade. rsrs
    Beijos menina maluquinha

    ResponderExcluir
  6. Moça, diz pro Ran Omelete que aquele acessório que colocam na boca dos cavalos chama-se freio. Para humanos chama-se mordaça, não tem ferrinhos, não machuca e tem nas boas sex shops.
    E como dar seu telefone prá um sujeito oculto???
    Daqui um pouco este blog vai ser proibido para menores de 18 anos. rsrs

    ResponderExcluir
  7. Pensando, eu me acabo de rir com seus comentários, criatura.

    ps: como não ser impulsiva nesse mundo de meu deus, onde vivo rodeada de seres que são além da imaginação?

    ResponderExcluir
  8. Que vê
    Não crê
    Como pode a P
    Sem longas e glamurosas madeixas
    Seria como abrir mão das queixas
    Perdendo os ares de gueixa
    Não seria você
    Com tantos à sua mercê
    Desejosos das tranças de rapunzel
    Caminho mais curto pro céu
    Não que eu saiba
    Mas dizem...

    "Você atravessando aquela rua vestida de negro
    E eu te esperando em frente a um certo bar, Leblon
    Você se aproximando e eu morrendo de medo
    Ali, bem mesmo em frente a um certo bar, Leblon

    Quando eu atravessava aquela rua, morria de medo
    De ver o teu sorriso e começar um velho sonho bom
    E o sonho fatalmente viraria um pesadelo
    Ali, bem mesmo em frente a um certo bar, Leblon

    - Vamos entrar...
    - Não tenho tempo!

    - O que é que houve?
    - O que é que há?

    - O que é que houve, meu amor, você cortou os seus
    cabelos?
    - Foi a tesoura do desejo, desejo mesmo de mudar..."

    ResponderExcluir
  9. Vive rodeada de seres que são além da imaginação?? Puxa vida, eu juro que nao sabia que você morava na Disneylândia. Não!!! Tem certeza?
    Então tá, desculpe. Isso explica muita coisa.

    ResponderExcluir

[Suas Pegadas]