sexta-feira, 26 de abril de 2024

[Boss]

Num mundo onde eu mando e tu, ele, ela, vós, eles e elas obedecem as coisas devem estar fora de órbita, não acha? 

"Eu vou me sentar perto da [P] porque ela é calma!"

"Eu te acho muito mais polida no trato com as pessoas do que eu!"

Dá para acreditar que falam isso de mim? Nem eu, caras paredes, nem eu acredito...


segunda-feira, 15 de outubro de 2018

[15/10]

Sintomático eu vir aqui no dia de hoje, meu dia, para  contar que, olha, se eu sumir outra vez, do nada, é porque eu posso ter sumido, literalmente. Não terá sido falta de tempo (como, de fato, vem sendo), não terá sido esquecimento (sim, eu até esqueço que ainda tenho um blog). Eu poderei, de fato, não estar existindo mais.

Tá?

"Acidentes acontecem", foi a ameaça que recebi, por escrito. 

Sombrios. Tempos muito sombrios... Eu vou cair rapidinho, sofrer umas torturas pesadas e ~desaparecer~, já estou até vendo.

Já pensou?

Portanto, se você apoia quem defende a tortura e a matança indiscriminada, se você bate palmas pro preconceito, pro machismo, pra misoginia, se você matou suas aulas de História sobre Nazismo e Ditadura Militar, dê meia volta, ok?

Não diga que eu não avisei.

terça-feira, 5 de junho de 2018

[Eu Queria...]

Eu queria ter te contado tanta coisa, mas você não deixou. Quando pensei que o tempo pudesse ter diminuído toda aquela mágoa antiga que deixei cravada na sua alma, quando achei que te faria feliz dando, sem que me pedisse, de surpresa, o que por tanto tempo você quis, você me mostrou que não, nada mudou, tudo continua igual àquela última vez, àquela última discussão, àquela última tarde em que te acenei da janela do ônibus e foi a última.

Eu queria ter tido a oportunidade de contar que lancei meu livro e que você está nele, em linhas, entrelinhas, em páginas cheias de nós dois. Também queria dizer que estava pensando em começar outra faculdade e, adivinha?, eu comecei. Queria falar das voltas que a vida deu, a minha vida, a sua vida, essas vidas que nunca foram uma só. Se você tivesse me dado uma chance, eu teria te contado que abandonei isso aqui, mas criei um lugar novo onde recomecei a escrever. Eu queria ter te dado o endereço pra que você se visse lá também. 

Eu queria não ter estragado tudo mais uma vez, tentando te contar tanta coisa. Estraguei as memórias bonitas das nossas últimas palavras trocadas, estraguei a fantasia de que você ficaria feliz com a minha aproximação. Queria ter dito tanta coisa e o que ganhei foi a certeza de que outros dez anos vão passar e aí, dentro de você, só a mágoa ficará. 

Mas, olha, eu queria...

segunda-feira, 4 de junho de 2018

[Estranho]

"Eu acho que você é o perfil de mulher dele, sabe? O tipo que o atrai. Você entra na sala e ele não tira os olhos, fica arrumando pretexto pra falar com você, é muito estranho!"

Também acho, também acho. Acho extremamente estranho que eu consiga atrair um velho nojento com quase o dobro da minha idade que só vomita asneiras e com quem mal troco um cumprimento. Muito, muito estranho que eu, toda trabalhada no formol, atraia quem está parecendo ser meu avô. 

Palmas pra mim. Né?

terça-feira, 27 de março de 2018

[Vivíssima]

Quem é viva sempre aparece - nem que seja para dizer que deve ficar uns tempos desaparecida porque 24h não estão sendo suficientes para dar conta dos seus dias.

Nem que seja para falar com as paredes...

sábado, 7 de fevereiro de 2015

["Sorry"]

Não que eu vá desculpar nem nada - provavelmente não vou mesmo -, mas acho que um pedido de desculpas masculino deve ser, no mínimo, assim: todo trabalhado na testosterona.


[E voltar aqui de repente, sem maiores explicações, falando sobre pedido de desculpas masculino, deve dizer muita coisa sobre a minha pessoa...]

terça-feira, 29 de abril de 2014

[Do Abismo]

Eu fiz as anotações de nós dois no meu endereço de e-mail. 

Poderia ter escrito no meu diário - o diário que mantenho trancado dentro de um armário também trancado -, mas aí as anotações de nós dois se misturariam às anotações minha e dele. Eu não queria que nossa história se misturasse a uma outra história. Poderia ter escrito post atrás de post e publicado onde você não leria nunca, mas também não queria, não achava justo que outras pessoas lessem a sua história comigo quando nem mesmo você poderia encontrá-la para ler, entre um show e outro. Poderia não ter escrito a nossa história e deixado os detalhes das lembranças se perderem com o tempo, se esvaírem da minha memória e, quando sentisse falta de alguma coisa, bastaria te ligar e perguntar qualquer coisa como "lembra daquela vez? fui eu quem sugeriu o suco ao invés do café?". Eu não sei se sua memória é confiável, por isso tinha que escrever.

As anotações foram parar no meu endereço de e-mail para que, no fundo, eu possa te enviar pedaços de nós dois quando tiver vontade, quando você nem estiver esperando, quando eu quiser te fazer reviver aquelas sensações que várias vezes sentiu. 

Ou somente para nos lembrar que fui eu quem sugeriu o suco naquela noite em que precisei segurar meu vestido porque estava ventando demais, mas foi você quem se aproximou, segurou minha mão e nos jogou no abismo do qual até hoje estamos tentanto escapar...