quinta-feira, 2 de julho de 2009

[Dos Desapegos]

Genitor vendeu meu possante.

[Isso aí. Genitor vendeu o M.E.U possante]

Há muito tempo atrás comentei que estava pensando em trocar de carro e ele pareceu nem sequer ter me ouvido. Ao que tudo indica, estava esperando para ver o tamanho do estrago que eu seria capaz de fazer no veículo depois de uma batida com um caminhão para poder avaliar a relação custo-benefício da coisa toda. E daí que eu poderia ter rolado precipício abaixo, embaraçado todo o meu cabelo, rasgado a minha roupa e perdido litros de sangue, não é verdade? Só detalhes. Após virar uma empobrecida durante dois meses por conta de todo o conserto do carro, suspirei aliviada ao ouvir Genitor dizer que ficou perfeito, ninguém diria que você bateu daquele jeito, minha filha, a não ser eu, claro. Claro, claro. Genitor respira e transpira conhecimentos sobre automóveis. E modéstia também, notou? Não estou reclamando, veja bem. Até porque o fato dele conhecer meio mundo no ramo foi decisivo para que eu não falisse de vez. Acontece que, agora entendo, tudo devia fazer parte do seu plano mirabolante para vender Ernesto Gabriel.

[Ernesto Gabriel, o possante da P.]

Sabe o que é pior? Genitor vendeu por um preço que, sinceramente, não posso reclamar. Acho que se ele quisesse vender minha alma - já que, aparentemente, o que ele gosta mesmo é de vender m.i.n.h.a.s coisas -, encontraria comprador. Você compraria minha alma, não compraria? Enfim. Agora ele está empolgado e me perturba sem tréguas, querendo saber modelo, cor e ano de minha preferência. Alguém precisa dar uma ocupação para Genitor urgentemente, para que ele abandone essa idéia de que vou substituir Ernesto Gabriel assim, de uma hora para outra, e que vou ficar bem. Preciso de um tempo, preciso vivenciar a minha perda, preciso de preparação para encarar o fato de que outras pessoas vão sentar, deitar e procriar no meu possante. Eu preciso disso.

[Necessito esclarecer que passo horas abraçada a Ernesto Gabriel, dia e noite, noite e dia? Preciso me aprofundar no fato de que já pensei em dormir dentro do veículo na derradeira noite em que habitaremos o mesmo lugar pela última vez? E que falo o tempo todo sobre a difícil arte de se desapegar no meio do expediente? Não? Obrigada]

7 comentários:

  1. Compraria.

    Precisava de uma, mas acho que ela fica melhor em você mesmo, sua alma.

    Boa sorte na sua perda terrivel. Já comentei que precisava de um contato? Já? Grato.

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  2. Mulheres são estranhas, isso todo mundo sabe, mas algumas, como você, desafiam qualquer lógica - masculina - claro. Carro novo é carro novo, dane-se se for um fiat pelado ou um ford Fusion. Isso todos os HOMENS concordam e algumas mulheres consumistas já aprenderam a gostar. Claro que mulheres tendem a gerar laços estranhos, com objetos estranhos, e chamar um carro de Ernesto Gabriel desafia a compreensão da maioria dos seres humanos (normais). " Tô me segurando prá não rir " Isso parece aqueles apelidinhos que namoradinhos novos (recém casados idem) costumam se chamar, dos quais me nego a dar exemplos, e que fazem qualquer pessoa que seja obrigado a ouvi-los sentir vontade de....vomitar. rsrsrsrsrsrsrsrsrs
    (juro que me segurei o máximo que pude). Da próxima vez que se envolver em um acidente, procure bater em um moto-boy, porque mesmo que você tenha culpa no acidente, que vai se f.......vai ser ele, além de que muitos vão lhe agradecer silenciosamente. Tem mais uma coisinha que ficou martelando meu cérebro cansado em uma sexta feira à noite...como assim PROCRIAR dentro do Geraldo Vandré, digo, Ernesto Gabriel???
    Claro que em tempos de crise, longos períodos de abstinência, casa lotada ou excitação repentina mútua, qualquer carro tem o seu valor como alcova - tem até sonzinho tipo love songs - ou seria Smooth?, mas procriação é coisa bem mais séria e pouco indicada para automóveis, a não ser em caso de acidente (na anticoncepção, bem claro). Mas deixa assim...como escrevi lá no início, algumas coisas desafiam a lógica.
    Beijos menina e tenha um bom fim de semana (caso não seja neste a tal festa julina).

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  3. faz tempo, algum tempo, não lembras?? mas eu comprei a tua alma AAAAAAAAAAAAA
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    beijos e bom fim de semana

    p.s. escrevi no meu blog...1 ano depois kkkkkkkkkkkkkkkk

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  4. acho que eu sou apegada até a minha régua meeu... haha
    te entendo
    beeijo

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  5. P, querida, as vezes e preciso deixar ir ... para depois deixar vir *risos - estou boa de filosofia, ne.
    falando em apego, meu computador esta no conserto estou com outro que tem um teclado maluco, nao acho nem acentos nem pontos por aki. por isso esse texto meio esquisito ...

    querida, estou louca para contar da Flip, foi maravilhoso ...
    beijos

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  6. Voltei diretamente do inferno... para a blogosfera. Diferenças? Brincadeira...

    Ei, não sabia que ainda se dava nome para os carros. Felizmente sou provido de Maria Joaquina De La Mancha, vulgo skate pichado caíndo aos pedaços. É o preço que se paga por ser pobre e não poder comprar um carro legal. =/

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