*pausa estratégica para a necessária preparação psicológica que antecede qualquer revelação bombástica*
É o seguinte: segundo uma de minhas melhores amigas, o meu problema fundamental, o crucial, o que me faz ser do jeito que eu sou - seja lá o que isto signifique para ela - é que não tenho bunda.
Veja bem: às vezes eu não tenho dinheiro; nunca tenho controle sobre minhas crises intempestivas; juízo também não trabalhamos; freio na língua - e o do meu carro - eu nem sei do que se trata... de modo que não tenho um monte de coisas que, aparentemente, deveria ter pelo menos um pouquinho que fosse, MAS o meu problema maior é que não tenho bunda para mostrar, de acordo com a observação dela.
[Acabei de destruir toda e qualquer construção imaginária positiva sobre a minha pessoa, eu sei]
No meio de mais uma conversa da infinita série "por que não enxergam o meu valor?", Amiga vociferou sobre esta mania que eu tenho "de ser inteligente, de usar o cérebro e de ser exigente, quando o que conta mesmo é uma bunda de respeito". Terminou seu monólogo - eu fiquei quietinha, tentando tirar alguma lição sadia daqueles pensamentos - afirmando que meu problema é que desejo um milagre, quando o ideal seria usar mais a minha bunda. A frase de efeito apareceu na forma de uma enigmática provocação, quando ela soltou algo como "mas é uma merda mesmo; deus, às vezes, até dá nozes a quem tem dentes, mas tem preguiça de mastigar..."
[Profundo, hein? Eu achei super profundo, não consigo achar nada menos do que isso. Bem. Talvez profundo e totalmente sem sentido. Enfim]
Estou processando estas informações ainda. Com muita calma, a coisa é lenta mesmo. Não é fácil, para mim, fazer um exercício mental de causa e efeito que envolva bunda-mastigar-nozes-dentes-preguiça e não neurônios-conversas-inteligência-olhares-sorrisos.
[Alguma coisa me diz, porém, que venho fazendo tudo muito errado nos últimos tempos...]
Seus [p]redicados abundam, seja como for
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