quinta-feira, 3 de maio de 2012

[Pistas]

Fizeram uma parceria com um órgão governamental lá no trabalho. Dentre os vários projetos que estão sendo desenvolvidos, está a oferta de alguns cursos como, por exemplo, o de fotografia.

[Já dá para supor onde este post vai chegar? Ainda não? Ok. Continuarei]

Como algumas coisas fogem ao nosso controle só pelo simples gostinho de nos deixarem com aquela sensação de que somos seres inadequados em determinados momentos da vida, fui a penúltima a saber sobre uma votação popular que durou nada mais nada menos do que q.u.a.t.r.o dias.

[Consegue imaginar onde vou chegar com este post agora? Precisa de mais pistas? Vamos lá, então]

Onde eu estava nos tais quatro dias - alguém deve estar se perguntando. Queria muito dizer que estava fazendo sexo selvagem sem parar com um macho alfa que sabe me comer como ninguém mas, olha, a verdade é que eu estava trabalhando, puxa vida. Se existe alguma coisa que 2012 já me deixou como lição é o fato de que, se acumulo funções, respeito aquela máxima que diz que não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo e desconheço o teletransporte, haverá coisas que serei a última a saber. Ou penúltima. 

Queria, inclusive, deixar registrado o meu pedido de desculpas por, inadequadamente, ter perguntado que diabos de votação era aquela que havia acontecido enquanto eu estava a) onde Judas perdeu as botas, resolvendo problemas de verbas, b) fazendo uma reunião extraordinária com funcionários de outro setor e c) participando de um seminário como representante oficial do trabalho. Totalmente absurdo o meu questionamento, vamos combinar, né?

[E agora? Deu para decifrar o final do post? Está ficando fácil, hein?]

As pessoas não sabiam que eu não sabia e, num ataque de loucura coletivo, me disseram para deixar de falsa modéstia, me deram parabéns e me desejaram sorte.

[Muito bem, agora todo mundo já sabe onde isso aqui vai dar]

Venci uma votação da qual nem sabia que estava participando. Brevemente estarei sendo fotografada, durante dois dias, por uma equipe profissional e seus estagiários-assistentes - meus subordinados, que é para a situação ficar o mais constrangedora possível -, em alguns pontos históricos da cidade, previamente selecionados pela minha pessoa. Não sei quantas caras e bocas terei que fazer, nem tampouco as roupas que vou usar. Em compensação, estou sabendo que terei o direito de possuir uma cópia do making off, veja que coisa fantástica!

Ah, sim. Parece que estão colocando a maior fé em algum tipo de poder de convencimento que possuem, de modo que acham que vão conseguir me convencer a liberar uma foto ou outra para estampar um outdoor da cidade. Coisa básica. Coisa discreta. A minha cara, hein?

[Imagine, [P], a Playboy é o limite, menina!, já me disseram. Aham. Eu sempre quis mesmo um caminho fácil que me levasse ao estrelato instantâneo. Meu sonho de criança era crescer e estampar uma capa de revista masculina para depois, no meu trabalho, discutirmos as posições que tive que fazer na hora de fotografar. Eu sempre quis ter tudo de maneira fácil, sempre fui fácil, sou uma facilitadora em potencial. É meu talento. Taí minha vida amorosa que não me deixa mentir, né?]

4 comentários:

  1. Tem um cachê bacana, pelo menos?
    Ou é 0800?


    Quedê as fotos pra gente ver? Hein? Hein?

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    1. Cachê? Nada! Fiz tudo *por amor*.

      [Só ganhei as fotos, o making off, elogios, alguns contatos interessantes e a certeza de que prefiro o meu discreto anonimato...]

      :)

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  2. To pensando em virar anônimo.
    Será que tem como reverter? Apagar a cara, o nome e virar o "M." ou já era?

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    1. Tem como reverter. Veja o meu caso:

      Eu não era um [P], uma anônima sem rosto [bem, na verdade rosto eu nunca tive, por uma questão muito simples: não gosto de exposição gratuita de caras e bocas, não preciso disso, não é a minha praia - sim isto soa antipático, eu sei], mas uma mulher que assinava seus textos com o próprio nome. Meu rosto eu mostro no msn, em foto ou na web cam, para as pessoas que conseguem transpor a linha da [P], a anônima do blog. Simples assim. Não sei quando exatamente virei um [P], acho que foi quando dei fim a um blog anterior a este e, de quebra, pus fim também a uma fase conturbada da vida [outras vieram, claro]. De repente, foi uma maneira de me proteger de outros tombos, deixando uma letra-personagem-com-um-pouco-de-mim tomar conta do novo espaço que escolhi para vomitar minhas letras. Foi a minha opção. Não me arrependo. Então, sempre dá para reverter.

      ps: estou desabafando na minha própria caixa de comentários, é isso?

      e...

      gosto do "M". gosto mesmo.

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[Suas Pegadas]