quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

[Raios]

Sonhei que fazia parte de um bando de seres que hipnotizavam pessoas através de raios fluorescentes - raios estes que, partindo de seus olhos, atingiam em cheio o alvo escolhido.

A cor do meu raio não me agradava. Era azul.

Exigi falar com meu superior. Argumentei que, além de ser uma cor que não me favorece, não fazia sentido meus olhos dispararem raios azuis quando utilizo muito mais a caneta vermelha do que qualquer outra cor na minha vida.

[Toda trabalhada na neurose de notas e médias, inclusive em sonhos]

Diante da negativa do chefe em mudar a cor do meu raio, ameacei iniciar uma greve pelo direito nato que todo ser humano - e não humano também, por que não? - tem de manifestar seu pensamento e sua discordância para com as cores dos seus raios, dos seus cabelos, das suas unhas, enfim.

Acho que eu era uma criatura com mega poder de aglomeração de funcionários descontentes, pois foi só ameaçar juntar a galera insatisfeita com seus raios fluorescentes que o chefe resolveu meu problema. Ganhei raios vermelhos.

De posse deles, comecei a me perguntar quem seria a primeira vítima que iria matar.

[Não expliquei que, uma vez hipnotizado, o ser atingido partia para um outro plano, né?]

Lembro que num espaço muito curto de tempo ia esbarrando em todas as pessoas que queria afastar da minha vida. Não precisaria de um raio, entende? Só sumir da minha frente e pronto. Então, todas iam passando por mim e eu não usava o raio com nenhuma delas.

De repente me vi sozinha, num campo lindo, cheio de flores azuis - ah, o azul! -, com meu vestido de camponesa esvoaçante e pés descalços. Quando olhei para meus pés, resolvi que ia lançar meu raio sobre eles.

Lancei.

Sim, hipnotizei a mim mesma.

O resto todo mundo já sabe.

Fim.

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